No ano de 2021, após ampla discussão, um novo marco legal de ciência, tecnologia e inovação foi regulamentado na UFJF. Essa regulamentação se consolidou por meio da publicação de 3 resoluções, consolidando e contemplando de forma mais abrangente e adequada as estratégias e políticas que cercam as iniciativas de condução de pesquisa, inovação e prestação de serviços. A primeira resolução (RESOLUÇÃO Nº 17.2021, DE 28 DE ABRIL DE 2021), estabelece as diretrizes da Política de Inovação da UFJF, bem como institucionaliza a Diretoria de Inovação; a segunda resolução (RESOLUÇÃO Nº 18.2021, DE 28 DE ABRIL DE 2021), regulamenta os procedimentos necessários para a implementação de parcerias em projetos de pesquisa e desenvolvimento e de prestação de serviço técnicos desenvolvidos por servidores da UFJF; e a terceira resolução (RESOLUÇÃO Nº 19.2021, DE 28 DE ABRIL DE 2021), define os critérios para o compartilhamento e permissão de uso da infraestrutura desta instituição. A partir destas definições, os espaços que foram construídos através de esforços coletivos e aporte financeiro de várias agências (CAPES, CNPq, FAPEMIG, FINEP) permitiram a UFJF se consolidar como uma instituição capaz de desempenhar com sucesso diversas ações de C&T por apresentar uma infraestrutura organizada e funcional capaz de suportar as ações e projetos atuais e planejamento futuro. Para realizar a gestão das tarefas relacionadas a proteção do conhecimento, transferência de tecnologia, registro de marcas, celebração de projetos e parceiras com empresas, a UFJF conta com a equipe do Centro regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (CRITT). Desta forma, as diretrizes relacionadas a todas estas ações que permeiam a propriedade intelectual são suportadas pela equipe do CRITT, resguardadas pelas políticas institucionais.
Em 2024, o faturamento da indústria de alimentos alcançou R$ 1,277 trilhão, um aumento de 9,98% em relação ao ano anterior em termos nominais, representando 10,8% do PIB do país. Desse total, 72%, ou R$ 918 bilhões, são provenientes do mercado interno e 28% do comércio exterior (US$ 66,3 bilhões). As vendas reais apresentaram expansão de 6,1% e a produção física cresceu 3,2%, alcançando 283 milhões de toneladas de alimentos. A indústria de alimentos investiu quase R$ 40 bilhões em 2024. Deste valor, R$ 24,9 bilhões foram direcionados para inovações e R$ 13,80 bilhões para fusões e aquisições. Os dados são divulgados anualmente pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).
Assim, é inquestionável o papel fundamental deste segmento na área de Tecnologia de Produção, sendo uma forte demandante de novos conhecimentos científicos, tecnológicos e de constantes inovações. A proposta de um Programa Acadêmico para Inovação (Programa Mestrado e Doutorado para Inovação UFJF – MAI/DAI), voltado para as áreas de tecnologia de produção e tecnologias habilitadoras, especificamente nos setores da indústria e agronegócio, contempla atuar como um provedor de inovação local, com empresas situadas na região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais, provedor regional, com empresas situadas em outras regiões do estado de Minas Gerais, assim como também um provedor nacional, com empresas situadas em outros Estados da Federação. Desta forma, este Programa contempla principalmente o desenvolvimento da primeira área de interface da UFJF com os seus arredores, fortalecendo a sua participação como ICT com forte impacto econômico para inovação, além de proporcionar uma expansão de caráter nacional da sua vocação científica e tecnológica, denotada pelo envolvimento de empresas nacionais, multinacionais, privadas e pública. Os projetos que compõem o Programa MAI/DAI da UFJF são desenvolvidos em parceria com as empresas, estando inseridos nas áreas de biotecnologia, nanotecnologia, indústria e ciência de dados voltados para o agronegócio. O setor de alimentos e bebidas é tradicional no estado de Minas Gerais, sendo extremamente importante na geração de empregos. O estabelecimento na UFJF do primeiro Programa MAI/DAI que se dedica à pesquisa e inovação neste importante segmento foi absolutamente essencial para o início de um novo momento na cultura de inovação da Universidade, que vem buscando solidificar parcerias estratégicas com empresas com interesse em se estabelecer na região.